Quem sou eu

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Catanduvas, Santa Catarina, Brazil
Alguém... Nem tão complicada, nem tão simples. Alguém... Que adora ficar acordada na madrugada, que acompanha séries de TV, que cantarola qualquer coisa o dia todo, que não pode ver chocolate sem comê-lo, que ama o som da chuva, que sonha correr nas campinas da Itália, que se irrita com internet lenta. Alguém... Que gosta das coisas simples da vida como olhar uma criança brincar, ver as folhas das árvores cair, as nuvens criarem figuras, sentir nos pés a água gelada de um rio, que gostaria de ver um cometa ou uma estrela cadente, como chamamos. Alguém... Que faz as outras pessoas rirem, e muito, talvez pelo jeito estabanado de ser, pelas caretas esquisitas e pelas perguntas em horas impróprias. Alguém... Que agora toma emprestada as palavras inteligentes de Raul “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Transe

Saiu e quis se perder.
Quis fugir a realidade que lhe castigava e lentamente foi navegando para um universo alternativo onde poderia se encontrar com maior facilidade. Como era bom estar neste local novamente, sempre que podia voltava. Ali apenas viviam flores, ao direcionar o olhar para o horizonte via-se um longo campo verde que se estendia a uma distancia que já nem seria possível prever. Lá ela revisitava velhos amigos, lá ela poderia escolher o ritmo e a melodia, lá ela se sentia segura para abrir os olhos depois de cada piscar, lá ela adoraria ficar todo o tempo do mundo. Era como se telas projetassem suas melhores lembranças e se pudesse revivê-las. Seus pés já nem tocavam o chão, talvez uma brisa a tivesse envolvido e a carregasse lentamente. Deparou-se com uma imagem, ela reencontrou a imagem do sorriso dele, aquele sorriso que despertava amor e destruição na mesma medida, desta vez não manteve o equilíbrio, houve apenas um momento, entre o cerrar e abrir dos seus olhos em que a brisa parou, ela sentiu novamente seus pés no chão, o calafrio e os olhares em sua volta, a música já não era a mesma. Inebriada não conseguia entender que estava de volta, de volta a realidade. Perdera a noção do tempo que esteve fora, e mal poderia lembrar o motivo que a trouxe de volta. Não sem sofrer novamente.
E logo ela se misturava ao fogo, a ventania e a escuridão, em volta, uma multidão, alguns a chamavam pelo nome, seriam pessoas amigas? Ela os ouvia e os atendia. Enquanto isso algo que habitava seu interior se fechava. E ela mesma, de dentro, olhava uma fenda se fechar enquanto era tragada para longe. E assim está aqui neste mundo, esperando um novo momento para se revisitar.