Quem sou eu

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Catanduvas, Santa Catarina, Brazil
Alguém... Nem tão complicada, nem tão simples. Alguém... Que adora ficar acordada na madrugada, que acompanha séries de TV, que cantarola qualquer coisa o dia todo, que não pode ver chocolate sem comê-lo, que ama o som da chuva, que sonha correr nas campinas da Itália, que se irrita com internet lenta. Alguém... Que gosta das coisas simples da vida como olhar uma criança brincar, ver as folhas das árvores cair, as nuvens criarem figuras, sentir nos pés a água gelada de um rio, que gostaria de ver um cometa ou uma estrela cadente, como chamamos. Alguém... Que faz as outras pessoas rirem, e muito, talvez pelo jeito estabanado de ser, pelas caretas esquisitas e pelas perguntas em horas impróprias. Alguém... Que agora toma emprestada as palavras inteligentes de Raul “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Deus, como é bom ver teu sorriso!

E aqui estamos nós novamente,
De frente um para o outro,
Dessa vez sem som algum,
Apenas o que o vento traz e desperta na memória.
Você abaixa a cabeça, quer ir embora? E por que não vai?
Também penso se deveria estar aqui, e por que não saio?
-Deus, como é bom ver teu sorriso!
Então, acho que é isso, vou fechar meus olhos para imortalizar essa imagem,
E quando os abro vejo os seus, cintilantes, alegres, comunicativos.
Por que você se esconde? (Eu não sei).
Mas não posso mais me ariscar, não depois de todo esse tempo. A vez é sua.
(mas por Deus, como é bom ver teu sorriso!)
 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quando os olhos falam

Cena 1: ela


Apressada terminava seus afazeres. Apresentação desleixada, calças largas, tênis, desengonçada trazia a mecha de cabelo para o lado certo da cabeça. Terminou. Ufa! Olha para o relógio, “recorde!”, pensa. Virou-se para sair.

Linha reta à sua frente...

Do outro lado do vidro estava ele em pé e parado, manuseava um copinho descartável de café, olhava para ela como se a penetrasse. A boca abriu, talvez palavras lhe quisessem saltar.

Ela sem jeito, com os olhos estalados, queria lhe sorrir. Em milésimos de segundos pensou ‘o que eu faço, o que eu faço’. Nisso já havia dado dois passos a frente. Sorriu, acenou, piscou, virou, abriu a porta e saiu. Não se viu atravessar a rua, entrou no carro. Respirou.

Cena 2: ele

Do outro lado do vidro fumê ele a viu, num vulto, entrando, cabelos esvoaçantes, expressão séria. Levantou-se, pegou um café e deu a volta se colocando à vista. Em dois goles acabou o café, mas ficou ali parado olhando-a, logo ela haveria de virar-se.

Virou-se, ele a fitou e se perturbou ‘mas o que seus olhos queriam dizer? profundos, tristes, piscaram, sumiram.

Cena 3: entre-linhas

Os dois se aproximaram em boa hora. Derepente eram a parte que faltava em um e outro. Se combinavam em seus olhares. Se entendiam nas diferenças. Podiam se ouvir. Podiam se aceitar. Poucos dias e eram velhos conhecidos. Uma fuga para outro mundo. Paz.

Um pressentimento...

Se agradeceram pelos momentos, talvez fosse o momento certo de separarem seus caminhos antes que o coração estragasse aquilo que se havia sentido. Ele desembarcou e quis abraçá-la, e assim se fez um abraço demorado entre os dois, se soltaram, fitaram-se e era como se ainda estivessem grudados, e embora as palavras tenham sido ‘até mais’ pareciam saber que não iriam mais se ver.

(O acordo do primeiro dia foi não se apaixonar)

Tic-tacs...dia, noite, vento, chuva, sol.

Ela entrou depressa. Ele a viu, levantou, pegou um café e se colocou à vista. Ela virou-se e lhe fitou.

Milhões de possibilidades limitadas pelo tempo, pelo sorriso e pelo gesto de cumprimento acompanhado de um sorriso sincero que seguiu a linha reta do brilho dos olhos dela que cruzavam com os dele.

Valeu a pena cada segundo. Um passado que não dói. Uma lembrança vivificada. Um tempo bom. Um aprendizado. Uma saudade.