Quem sou eu

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Catanduvas, Santa Catarina, Brazil
Alguém... Nem tão complicada, nem tão simples. Alguém... Que adora ficar acordada na madrugada, que acompanha séries de TV, que cantarola qualquer coisa o dia todo, que não pode ver chocolate sem comê-lo, que ama o som da chuva, que sonha correr nas campinas da Itália, que se irrita com internet lenta. Alguém... Que gosta das coisas simples da vida como olhar uma criança brincar, ver as folhas das árvores cair, as nuvens criarem figuras, sentir nos pés a água gelada de um rio, que gostaria de ver um cometa ou uma estrela cadente, como chamamos. Alguém... Que faz as outras pessoas rirem, e muito, talvez pelo jeito estabanado de ser, pelas caretas esquisitas e pelas perguntas em horas impróprias. Alguém... Que agora toma emprestada as palavras inteligentes de Raul “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

domingo, 18 de novembro de 2012

Conto de escrever poesia e pegar no sono...


Sobre o nada e sobre o tudo, eu sempre tenho um pouco à falar. Mesmo quando não se consegue escrever ou pensar.
Turbilhão de pensamentos giram e giram sem parar. Mas nenhum se fixa, todos querem somente passear.
Mente inquieta não deixa o sono chegar. E o relógio vai soando o tic-tac do tempo a rodar.
E eu que nem sabia o que era poesia e só escrevia, comecei a rimar. Sem querer brinquei com letras e comecei a piscar...
Opa! Está na hora de ninar...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A vida é feita de momentos

Chegando o momento de se despedirem, ele disse tchau. Com um abraço bem apertado, que ela adorou.

E ele foi.

Ela ficou olhando... sentindo, querendo...

Ele parou, mexeu em alguns papéis, fingia que lia e voltou, conversou, deu a mão, e ela sem saber bem o quê segurou na mão dele e levantou-se enquanto o assunto corria. Pôs sua outra mão próxima ao peito dele, inconscientemente, bem de leve, mal roçava seu casaco. E o assunto corria enquanto ele se aproximou com um meio beijo que passou de raspão pela bochecha dela, talvez porque ela continuava a falar, ou, talvez porque a coragem dele havia acabado naquele momento.

Constrangimento, um segundo de constrangimento enquanto os olhos dela encontraram os dele. Mas a mão tremula impedia o cérebro de conseguir qualquer raciocínio.

E o momento passou, e ele foi.

Ela ficou novamente olhando... sentindo, querendo...

Ali estava...

Às vezes ficava de cabeça para baixo... Talvez o mundo lhe parecesse melhor compreensível desta forma. As coisas se passavam mais exatas. Assim podia ver os pés ligeiros que passavam pela rua, os pés que quem tinha pressa de chegar em algum lugar e logo voltar.

Assim podia ver as largas passadas dos que corriam e as parcas passadas de quem ia devagar e sempre, até, vez ou outra via-se passinhos de pesinho pequeninos que eram acompanhados de grandes pés.

Daqui, dali ouvia os “toc toc” ou “tac tac”, “pá pá”, “puf puf”, com ritmo ou sem ritmos. Daqui dali podia ver tênis, sandálias e tamancos, sapatos bem encerrados, alguns furados, havaianas e balinas com ou sem moda.

Eram gentes e muitas gentes diferentes que passavam ali fazendo os mesmos caminhos que dariam em lugares diferentes. Daqui não se podia saber pra onde iriam ou se já voltavam, mas as passadas eram familiares entre si. Indicavam imitação. Os passinhos de pesinhos pequenos um dia irão ser os grandes pés que acompanharão outros passinhos de pesinhos pequenos. Os pés que hoje iam ligeiro, um dia darão as parcas passadas de quem já não tem mais pressa, de quem já caminhou bastante e precisa olhar para as construções e para as pessoas e para os pássaros e formigas e para o céu e para frente e para trás.

Bem, já estava na hora de levantar e pôr as patas no chão. Veio a tontura. Sim, a tontura indicava que estava voltando para a realidade, e tão logo a tontura passara voltou a dar os largos e velozes passos que atravessaram a rua e atravessaram por muitos outros pés e todos os jeitos de andar. E se foi...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Quer saber?

Vinha quase correndo, morrendo de pressa como fazia todos os minutos da vida. Descia as escadas quando um feixe de luz forte fez doer os olhos e fez com que ela deixasse-os semicerrados. Ainda assim quis olhar para cima para encarar aquela luz. Era o sol que ia embora e quis tocá-la só para dizer um tchau, quis tocá-la para lembrá-la que sentia frio. Quis tocá-la para lembrá-la que devia olhá-lo com mais frequência. Quis tocá-la para lembrá-la que o fim do dia era ainda mais bonito enquanto o sol se punha. Quis fazê-la esquecer por um momento daquelas milhões de coisas que estavam anotadas na agenda e fez com que ela quisesse sentar e só ficar ali para ouvir o adeus daquele sol que estava abrilhantando o gramado e as abas das construções, e que fazia reluzir até as argolinhas por onde passavam os cadarços do all star.


(Quer saber? As vezes é preciso parar, pra seguir em frente...)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Não estava inteiro

Sentia queimando em mim a vontade de calor. Mesmo minha pele tocando a sua eu não conseguia senti-lo. Você apertou minha mão contra seu próprio corpo e eu sorri, mas gostaria de descobrir o que querias me dizer.
Eu sabia, não estava inteiro, estava quebrado, longe, angustiado. Eu procurei teus olhos, mas não os encontrei. Aqueles olhos buscavam o teto, o chão, os perímetros, mas não se fixavam em lugar algum.
Sentia o perfume que parecia desgrudar do teu cabelo, do teu corpo e entrar diretamente nas minhas narinas prendendo ainda mais a minha atenção.
Estava frio, distante, cego.

Senti aquele beijo que tocou minha bochecha, era quente, era cheio de carinho e queria dizer muito mais do que sua boca poderia.
Estava desatento.
Sentia a ternura, a vontade de ficar, de sorrir, de estar e de apenas estar apaixonada.
Estava indo embora. E foi.
E se não fosse aquele beijo... (teria ido para sempre).

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Na verdade, ela só queria continuar com os seus all star andantes...


Somatoriamente induzida à vida... teve que sentir frio, medo, angústia. Esteve desencontrada.
Só na calada nas três e pouco da manhã encontrava-se em seu mundo - em meio ao som da brisa - quando a luminosidade da madrugada refletida na tela do computador que rompia com a escuridão. Decidiu olhar pela janela.
A vida é tão interessante quando se percebe que nessa hora a maior parte dos seres estão adormecidos e prontos para levantar pela manhã e dar continuidade ao “Do the evolution” diário. Estar em pé nesse momento a fez sentir herege às normalidades. Especialmente herege.
A normalidade é tão abrupta, insignificante, injusta, condicionante e esmagadora... ela não queria ser normal, esse tal mundo “normal” era tão anormal e desgostoso. Na verdade ela só queria continuar com os seus all star andantes.
A música foi calando e o primeiro raio rompia quando ela adormeceu. Pouco adormeceu. Deixou-se vagar alguns instantes e voltou. Agora ela fazia parte, ou não, do the evolution de sempre. Mas, ainda com os seus all star andantes.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Tributo II - Registre-se para não esquecer.

Talvez todo o meu medo esteja depositado em um sorriso. 


Quando se usa da humanidade não se pode fazer sorrisos somente por fazer. Para delinear um sorriso no rosto você precisa sentir emoção, comoção, alegria, concordância.

Costumo valorizar muito o sorriso.

O sorriso pode servir à muitas finalidades, como pergunta, como resposta, como transmissor de mil palavras ou como silenciador.

No entanto, existe um tipo de sorriso que é muito raro.

Um tipo que jamais deveria deixar de existir.

O sorriso sincero. (eu o vi).

Talvez todo o meu medo esteja depositado em um sorriso. (porque eu jamais me perdoaria se o deixasse extinguir).