
Assim podia ver as largas passadas dos que corriam e as parcas passadas de quem ia devagar e sempre, até, vez ou outra via-se passinhos de pesinho pequeninos que eram acompanhados de grandes pés.
Daqui, dali ouvia os “toc toc” ou “tac tac”, “pá pá”, “puf puf”, com ritmo ou sem ritmos. Daqui dali podia ver tênis, sandálias e tamancos, sapatos bem encerrados, alguns furados, havaianas e balinas com ou sem moda.
Eram gentes e muitas gentes diferentes que passavam ali fazendo os mesmos caminhos que dariam em lugares diferentes. Daqui não se podia saber pra onde iriam ou se já voltavam, mas as passadas eram familiares entre si. Indicavam imitação. Os passinhos de pesinhos pequenos um dia irão ser os grandes pés que acompanharão outros passinhos de pesinhos pequenos. Os pés que hoje iam ligeiro, um dia darão as parcas passadas de quem já não tem mais pressa, de quem já caminhou bastante e precisa olhar para as construções e para as pessoas e para os pássaros e formigas e para o céu e para frente e para trás.
Bem, já estava na hora de levantar e pôr as patas no chão. Veio a tontura. Sim, a tontura indicava que estava voltando para a realidade, e tão logo a tontura passara voltou a dar os largos e velozes passos que atravessaram a rua e atravessaram por muitos outros pés e todos os jeitos de andar. E se foi...
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