Quem sou eu

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Catanduvas, Santa Catarina, Brazil
Alguém... Nem tão complicada, nem tão simples. Alguém... Que adora ficar acordada na madrugada, que acompanha séries de TV, que cantarola qualquer coisa o dia todo, que não pode ver chocolate sem comê-lo, que ama o som da chuva, que sonha correr nas campinas da Itália, que se irrita com internet lenta. Alguém... Que gosta das coisas simples da vida como olhar uma criança brincar, ver as folhas das árvores cair, as nuvens criarem figuras, sentir nos pés a água gelada de um rio, que gostaria de ver um cometa ou uma estrela cadente, como chamamos. Alguém... Que faz as outras pessoas rirem, e muito, talvez pelo jeito estabanado de ser, pelas caretas esquisitas e pelas perguntas em horas impróprias. Alguém... Que agora toma emprestada as palavras inteligentes de Raul “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

sábado, 27 de julho de 2013

Conto de pegar no sono / Amanhecerá

Minha consciência já estava quase me abandonando, mas eu podia sentir cada poro da minha pele se enrijecer com o frio. Senti longas dores quando deitei na cama, mas eu tinha pressa de poder esconder minha cabeça e não ouvir som nenhum.
Enquanto a dor de cabeça corrói meus nervos e a garganta dificulta a passagem da saliva e as costas gritam por equilíbrio e os joelhos choram por não quererem existir, os olhos se sentem cansados e pesados e pedem para que o sono chegue logo e acabe com tudo isso.
Era estranha a sensação de querer sumir. As dores se demoram e continuam. A consciência força a apagar.
De repente... o silêncio faz-se ouvir e o corpo amolece e amortece e já não quer mais sair do lugar.
Os olhos pesam ainda mais e parece-se não estar em lugar algum. Os últimos pensamentos passam em curtas frases longínquas que vão se esvaindo até não restar mais nada.
E agora sou verbo, sujeito e estado, presente, de modo indicativo, positivo e negativo, sou e estou aqui e lá, e, ao mesmo tempo, não sou e já não estou nem aqui e nem lá.

Deixo de pressionar as pálpebras para mantê-las fechadas e agora elas se mantém suavemente guardando os olhos da escuridão. Amanhecerá, sim, e elas tornarão a abrir-se, e o que tem sido já não é mais, e o que interessa a partir de agora é o que será, amanhã!

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